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Spanish » Portuguese (EU) - 7 finalists


Marías, Javier. "La recuperación semanal de la infancia". Vida del fantasma. 1995. Ediciones El País/Aguilar. 376 words
El fútbol soporta una maldición que a la vez es la salvación de jugadores, entre­nadores y forofos compungidos por una derrota. Se trata de una actividad en la que no basta con ganar, sino que hay que ganar siempre, en cada temporada, en cada torneo, en cada partido. Un escritor, un arquitecto, un músico pueden sestear un poco tras ha­ber hecho una gran novela, un maravilloso edificio, un disco inolvidable. Pueden no hacer nada durante un tiempo o hacer algo menor. Entre los primeros, que son los que más conozco, los hay que han pasado a ser buenos por decreto y hasta el fin de sus días gracias a una sola obra estimable escrita cincuenta años atrás. En el fútbol, por el con­trario, no caben el descanso ni el divertimento, de poco sirve tener un extraordinario palmarés histórico o haber conquistado un título el año anterior. No se considera nun­ca que ya se ha cumplido, sino que se exige (y los propios jugadores se lo exigen a sí mismos) ganar el siguiente encuentro tam­bién, como si se empezara desde cero siem­pre, analogía del resultado inicial de todo partido. A diferencia de otras actividades de la vida, en el deporte (pero sobre todo en el fútbol) no se acumula ni atesora nada, pese a las salas de trofeos y a las estadísticas cada vez más apreciadas. Haber sido ayer el mejor no cuenta ya hoy, no digamos mañana. La ale­gría pasada no puede hacer nada contra la angustia presente, aquí no existe la  compen­sación del recuerdo, ni la satisfacción por lo ya alcanzado, ni por supuesto el agradecimiento del público por el contento procu­rado hace dos semanas. Tampoco, por tan­to, existen durante mucho tiempo la pena ni la indignación, que  de un día para otro pue­den verse sustituidas por la euforia y la santi­ficación. Quizá por eso el fútbol sea un de­porte que incita a la violencia, como decía Cabrera: pero no por las patadas, sino por la angustia. A cambio hay que reconocer que tiene algo inapreciable y que no suele darse en  los demás órdenes de la vida: incita al ol­vido, lo que  equivale a decir  que  a lo que no incita nunca es al rencor, algo que se aprende sólo en la edad adulta."







Entry #1 - Points: 15 - WINNER!
O futebol é vítima de uma maldição que é ao mesmo tempo a salvação dos jogadores, de treinadores e dos adeptos pesarosos depois de uma derrota. O futebol é uma daquelas actividades em que não basta ganhar; no futebol é preciso ganhar sempre, em cada temporada, em cada torneio, em cada jogo. Um escritor, um arquitecto, um músico podem dormir sobre os louros conquistados depois de escrever uma novela de êxito, de construir um maravilhoso edifício ou de gravar um disco inesquecível. Podem permitir-se o prazer de não fazer nada durante algum tempo ou de se dedicarem apenas a pequenos nadas. Entre os primeiros, os que melhor conheço, há quem tenha conseguido a glória para toda a vida por uma espécie de lei incontestável, como resultado de alguma única obra digna de apreço escrita cinquenta anos antes. No mundo do futebol, pelo contrário, não há lugar para o descanso nem para o divertimento, e de pouco serve possuir uma extraordinária carreira desportiva ou ter conquistado um título no ano anterior. Jamais se saboreia a sensação do dever cumprido e em vez disso exige-se (e são os próprios jogadores que o exigem a si mesmos) ganhar também o jogo seguinte, como se se estivesse eternamente a começar, numa espécie de analogia ao empate inicial a zero de todos os jogos. Ao invés de outras actividades, no desporto (e sobretudo no futebol) não se acumula nem se guarda nada, apesar das salas repletas de troféus e das estatísticas, cada vez mais apreciadas. Ter sido o melhor no passado de pouco serve hoje e de quase nada servirá amanhã. As alegrias passadas não são capazes de paliar a angústia do presente, as mais gratas recordações não têm qualquer importância, nem sequer servem de consolo a satisfação por tudo o alcançado ou o agradecimento do público por uma boa classificação tão procurada duas semanas antes. Não sobrevivem, portanto, durante muito tempo, nem a pena nem a indignação, que, de um dia para o outro, podem ser substituídas pela euforia e pela veneração. E talvez seja por isso que o futebol incita à violência - tal como dizia Cabrera; não pelos pontapés mas sim pela angústia. Em contrapartida, há que reconhecer que o futebol encerra em si algo inapreciável que não se costuma encontrar noutras circunstâncias da vida: o futebol incita ao esquecimento e assim jamais fomenta o rancor, algo que só na idade adulta se aprende.



Entry #2 - Points: 12
anonymous
O futebol carrega uma maldição que por sua vez é a salvação de jogadores, treinadores e torcedores compungidos por uma derrota. Trata-se de uma atividade em que não basta ganhar, deve-se ganhar sempre, em cada temporada, em cada torneio, em cada partida. Um escritor, um arquiteto, um músico, podem tirar um cochilo depois de terem feito um grande romance, um maravilhoso edifício, um disco inesquecível. Podem não fazer nada durante um tempo ou fazer algo de menor importância. Entre os primeiros, que são os que conheço melhor, há os que passaram a ser bons por decreto e até o fim dos seus dias graças a uma única obra estimável escrita cinqüenta anos atrás. No futebol, pelo contrário, não cabem o descanso nem o divertimento, de pouco adianta ter um histórico extraordinário ou ter conquistado um título o ano anterior. Não se considera nunca que já se cumpriu, mas sim o que se exige (e os próprios jogadores exigem de si mesmos) ganhar o seguinte jogo também, como se começassem do zero sempre, analogia do resultado inicial de toda partida. Diferentemente de outras atividades da vida, no esporte (mas sobretudo no futebol) não se junta nem se acumula nada, apesar das salas de troféus e das estatísticas cada vez mais apreciadas. Ter sido o melhor ontem já não conta hoje, e nem falemos de amanhã. A alegria passada não pode fazer nada contra a angústia presente, aqui não existe a compensação da recordação, nem a satisfação por já a ter alcançado, nem naturalmente o agradecimento do público pelo contentamento proporcionado duas semanas atrás. Também não existem, portanto, durante muito tempo nem o sofrimento nem a indignação, que de um dia para outro podem ver-se substituídas pela euforia e pela veneração. Talvez por isso o futebol seja um esporte que incita à violência, como dizia Cabrera: não pelos chutes, mas sim pela angústia. Por outro lado deve-se reconhecer que tem algo que não se pode apreciar e que não costuma aparecer em outras áreas da vida: incita ao esquecimento, o que equivale dizer que nunca incita ao rancor, algo que se aprende somente na idade adulta."



Entry #3 - Points: 10
José Ignacio Coelho Mendes Neto (X)
José Ignacio Coelho Mendes Neto (X)
Brazil
O futebol carrega uma maldição que é ao mesmo tempo a salvação de jogadores, treinadores e torcedores compungidos por uma derrota. Trata-se de uma atividade na qual não basta ganhar, mas é preciso ganhar sempre, em cada temporada, em cada torneio, em cada partida. Um escritor, um arquiteto, um músico podem cochilar um pouco depois de ter feito um grande romance, um maravilhoso edifício, um disco inesquecível. Podem não fazer nada durante algum tempo ou fazer algo menor. Entre os primeiros, que são os que mais conheço, há aqueles que se tornaram bons por decreto e até o fim de seus dias graças a uma única obra notável escrita cinqüenta anos atrás. No futebol, ao contrário, não cabe descanso nem divertimento, de pouco adianta ter um histórico extraordinário ou ter conquistado um título no ano anterior. Não se considera nunca já ter cumprido com o dever, mas exige-se (e os próprios jogadores o exigem de si mesmos) ganhar o próximo jogo também, como se se começasse desde zero sempre, analogia do resultado inicial de toda partida. À diferença de outras atividades da vida, no esporte (mas sobretudo no futebol) não se acumula nem se poupa nada, em que pesem as salas de troféus e as estatísticas cada vez mais apreciadas. Ter sido ontem o melhor não conta mais hoje, o que dirá amanhã. A alegria passada não pode fazer nada contra a angústia presente, aqui não existe a compensação da lembrança, nem a satisfação pelo que já se alcançou, nem, obviamente, o agradecimento do público pelo contentamento proporcionado há duas semanas. Tampouco, portanto, existem durante muito tempo o pesar ou a indignação, que de um dia para outro podem ser substituídos pela euforia e pela santificação. Talvez por isso o futebol seja um esporte que incita à violência, como dizia Cabrera: mas não por causa dos chutes, e sim por causa da angústia. Em contrapartida, é preciso reconhecer que ele tem algo inestimável que não costuma ocorrer nos demais âmbitos da vida: incita ao esquecimento, o que equivale a dizer que não incita nunca ao rancor, algo que se aprende somente na idade adulta.



Entry #4 - Points: 9
O futebol parece atacado de uma maldição que é, simultaneamente, a salvação de jogadores, treinadores e adeptos atormentados por uma derrota. Trata-se de uma actividade em que não basta ganhar, mas há que ganhar sempre, em cada temporada, em cada campeonato, em cada jogo. Um escritor, um arquitecto, um músico podem descansar um pouco depois de terem produzido um grande livro, um maravilhoso edifício, um disco inolvidável. Podem não fazer nada durante algum tempo ou dedicarem-se a algo menor. Entre os primeiros, que são os que mais conheço, há quem tenha passado a ser bom por decreto e até ao fim das suas vidas, graças a uma única obra digna de apreço escrita cinquenta anos atrás. No futebol, pelo contrário, o descanso e o divertimento não têm cabimento, de pouco serve ser dono de um palmarés invejável ou ter conquistado um título no ano anterior. Não se considera nunca o passado, mas exige-se (começando pelos próprios jogadores) vencer também o encontro seguinte, como se partisse sempre de zero, por analogia com o resultado inicial de qualquer desafio. Ao invés de outras áreas de ocupação, no desporto (e, sobretudo, no futebol) não se acumula nem se conserva nada, a despeito das salas de troféus e das estatísticas cada vez mais apreciadas. Ter sido ontem o melhor não serve de nada hoje e amanhã ainda menos. A alegria passada é impotente contra a angústia presente, aqui não há a compensação da recordação, nem a satisfação pelo trabalho desenvolvido, nem certamente o agradecimento do público pela alegria dada duas semanas antes. Nem tão-pouco duram muito tempo a pena e a indignação, que, de um dia para o outro, podem ser substituídas pela euforia e pela exaltação. Talvez por isso o futebol seja um desporto que incita à violência, como dizia Cabrera: não por causa dos pontapés, mas devido à angústia. Em contrapartida, há que reconhecer que tem algo inestimável e apartado das demais esferas da vida: apela ao esquecimento, o que equivale a dizer que nunca deixa lugar ao rancor, algo que só se aprende na idade adulta.”



Entry #5 - Points: 8
O futebol carrega uma maldição que, por sua vez, é a salvação de jogadores, técnicos e torcedores abatidos por uma derrota. Trata-se de uma atividade em que não basta ganhar, mas é preciso que se ganhe sempre, em cada temporada, em cada torneio, em cada partida. Um escritor, um arquiteto, um músico podem descansar um pouco depois de ter concluído um grande romance, um edifício maravilhoso ou um disco inesquecível. Podem não fazer nada durante algum tempo, ou fazer algo menor. Entre os primeiros, os que conheço melhor, há aqueles que passaram a ser bons por decreto - e até o fim de seus dias! - graças a uma única obra de valor, escrita há cinqüenta anos. No futebol, ao contrário, não cabe descanso ou divertimento, de pouco vale ter um histórico de defesas extraordinárias, ou ter conquistado um título no ano passado. Nunca se considera que a tarefa foi cumprida, mas exige-se que se ganhe o próximo jogo também (os próprios jogadores se fazem essa cobrança), como se, por analogia com o resultado inicial de toda partida, sempre se começasse do zero. Diferentemente de outras atividades na vida, no esporte (e sobretudo no futebol) não se acumula nada, apesar das salas de troféus e das estatísticas, cada vez mais apreciadas. Ter sido o melhor ontem já não importa hoje, que dirá amanhã. A alegria passada não ameniza a angústia presente. Aqui não existe a compensação pelas recordações, nem a satisfação pelo que já foi alcançado, muito menos o agradecimento do público pela alegria de duas semanas atrás. Portanto, o castigo e a indignação também não existem por muito tempo; de um dia para o outro eles podem ser substituídos pela euforia e pela santificação. Talvez por isto, o futebol seja um esporte que incita a violência, como dizia Cabrera: mas não pelos pontapés, e sim pela angústia. Por outro lado, é preciso reconhecer que ele tem algo inestimável e que não acontece nas outras esferas da vida: incita o esquecimento, o que equivale a dizer que não estimula nunca o rancor, algo que só se aprende na idade adulta.”




Entry #6 - Points: 3
O futebol traz consigo uma maldição que é ao mesmo tempo a salvação de jogadores, treinadores e fãs angustiados por uma derrota. Trata-se de uma actividade em que não basta ganhar, deve-se ganhar sempre, em cada temporada, em cada torneio, em cada jogo. Um escritor, um arquitecto ou um músico podem repousar um pouco depois de ter escrito um grande romance, construído um maravilhoso edifício ou gravado um disco inolvidável. Podem até nem fazer mais nada durante algum tempo ou mesmo fazer algo de menor valor. Entre os primeiros, que são os que conheço melhor, há aqueles que passaram a ser bons por decreto e até ao fim dos seus dias, graças a uma única obra de mérito, escrita cinquenta anos atrás. Mas no futebol, pelo contrário, descanso ou distracção são palavras que não existem, de pouco serve ter um palmarés histórico extraordinário ou ter conquistado um título qualquer no ano anterior. Nunca se considera que se cumpriu, mas antes se exige (e os próprios jogadores o exigem a si mesmos) ganhar o próximo encontro, como se o zero fosse permanentemente o ponto de partida, analogia do resultado inicial de qualquer partida. Ao contrário de outras actividades na vida, no desporto (em particular no futebol) nada se acumula e muito menos se aprecia convenientemente, apesar das salas repletas de troféus e das estatísticas cada vez mais em voga. Ter sido o melhor hoje já não conta e sê-lo amanhã menos ainda. A alegria de outrora nada pode fazer contra a angústia presente, aqui não há a compensação das boas memórias nem a satisfação pelas metas atingidas, nem obviamente o reconhecimento do público pelo entusiasmo demonstrado duas semanas antes. Não duram muito também, por conseguinte, a pena ou a indignação, que de um dia para o outro se podem transformar em euforia e santificação. Talvez por isso o futebol seja um desporto que incita à violência, como dizia Cabrera: não pelas patadas, mas pela ansiedade. Há contudo que admitir que possui algo de inestimável e que não sucede habitualmente nas outras coisas da vida: incita ao esquecimento, por outras palavras, nunca incita ao rancor, uma coisa que só se aprende na idade adulta.



Entry #7 - Points:
O futebol suporta uma maldição que, ao mesmo tempo, é a salvação de jogadores, treinadores e fãs arrependidos por uma derrota. Trata-se de uma atividade na qual não basta ganhar, e sim que há que ganhar sempre, em cada temporada, em cada torneio, em cada partida. Um escritor, um arquiteto, um músico podem descansar um pouco após ter feito uma grande novela, um maravilhoso edifício, um disco inesquecível. Podem não fazer nada durante um tempo ou fazer algo menor. Entre os primeiros, que são os que mais conheço, existem os que passaram a ser bons por decreto e até o fim dos seus dias, graças a uma só obra estimável escrita há cinqüenta anos. No futebol, pelo contrário, não servem o descanso nem o divertimento, de pouco serve ter um extraordinário palmares histórico ou ter conquistado um título no ano anterior. Não se considera nunca que já tenha cumprido, e sim que se exige (e os próprios jogadores o exigem deles mesmos) ganhar o seguinte encontro também, como se começasse desde zero sempre, analogia do resultado inicial de toda partida. A diferença de outras atividades da vida, no esporte (mas sobretudo no futebol) não se acumula nem amontoa nada, apesar das salas de troféus e das estatísticas cada vez mais apreciadas. Ter sido o melhor ontem já não conta hoje, não dizemos amanhã. A alegria passada não pode fazer nada contra a angústia presente, aqui não existe a compensação da lembrança, nem a satisfação pelo o que já foi alcançado e, claro, nem o agradecimento do público pela alegria obtida há duas semanas. Nem, portanto, existem durante muito tempo a pena nem a indignação, que de um dia para outro possam se ver substituídas pela euforia e consagração. Talvez por esta razão o futebol seja um esporte que incita a violência, como dizia Cabrera: mas não pelas pancadas, e sim pela angústia. Em troca, há de reconhecer que existe algo precioso e que não se costuma dar nos demais comandos da vida: incita ao esquecimento, o que equivale dizer que ao que não incita nunca é ao rancor, algo que se aprende somente na idade adulta".



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